“just the beating of hearts, like two drums in the grey”
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Never again
quinta-feira, 11 de abril de 2019 || 12:39
Estamos em silêncio há uns minutos, sob a luz avermelhada do pub. "Preciso de saber, Sara.", dizes-me mas não te quero olhar nos olhos. Digo-te que não, que já tinhamos falado sobre isto, as coisas mudaram e bebo mais um gole de cerveja. Tentas dar-me a mão e não a quero. Só o movimento inerente ao gesto me cria repulsa. Quantas vezes desejei que o fizesses? Pedes-me para dizer alguma coisa e, a tentar suster as lágrimas, balbuceio isso mesmo - que a vida tem a puta de uma ironia. A minha voz treme, a garganta e o peito apertam de mágoa e dor sem eu saber que ainda existiam resquícios delas em mim. Respondes que me queres e que estás disposto a lutar por isso. Não estás a mentir, sei bem como soa a mentira na tua voz. E isso enfurece-me! Questiono-te se achas mesmo que iria mudar a minha vida, desistir de tudo e ficar contigo, se achas que uma relação à distância funcionaria se não o quiseste há 7 anos. Roubas a minha cerveja enquanto dizes que não te posso julgar por isso, que já não és a mesma pessoa. Soltei uma gargalhada, relembro-te que me confiaste teres uma alma gémea e que provavelmente deverias estar a ter esta conversa com ela. Não sou de conversa fiada, sabes disso. Disparo primeiro e depois meço os estragos. Acabas a cerveja de uma vez e entendo que o assunto não está arrumado da tua mente. Entendo-o porque nem ousas dizer o nome dela. "Se é esse o problema, as coisas entre nós não resultaram. Tentámos várias vezes. Não falo com ela há anos.". Não fiquei tranquilizada e digo-te que não quero viver nessa sombra. Não tenho nada para te dizer e além disso há outra pessoa. Na minha vida. Na tua existirão sempre várias e eu sou melhor que isso. Talvez tenhas demorado todos estes anos a percebe-lo.