“just the beating of hearts, like two drums in the grey”

julho 2010 agosto 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011 março 2011 abril 2011 maio 2011 junho 2011 julho 2011 outubro 2011 agosto 2012 novembro 2014 dezembro 2014 janeiro 2015 fevereiro 2015 março 2015 abril 2015 maio 2015 junho 2015 julho 2015 agosto 2015 outubro 2015 dezembro 2015 fevereiro 2016 dezembro 2016 setembro 2017 fevereiro 2019 março 2019 abril 2019 maio 2019 setembro 2019

Afinal sinto. Construí tantos muros, barreiras e arame farpado, o maior fosso que consegui escavar para fugir à dor dilacerante de teres partido que achei ter perdido a capacidade de sentir. Reli todas as palavras, revi todas as memórias, encontrei-as na penumbra da minha mente, num desses recônditos lugares que só alcançamos em dias que o caos convoca. E o desespero preenche-me de tal magnitude que me assusta. Conto os dias, as horas, os minutos. Só cresce. Preciso urgentemente de te abraçar e saber que não estou a sonhar, que é real e palpável. Quero tudo mas temo que o meu coração não suporte ser partido por ti novamente, temo que nada reste de mim, temo não esperar por ti. Mas fi-lo até hoje e nem sabia: o mesmo carinho, o mesmo amor, o mesmo desejo.

Não sei de onde apareceste, mas voltaste. Voltaste na melhor pior altura que poderias ter voltado. E contigo voltou tudo o que pensei ter enterrado naquela noite fria em que não apareceste. Voltou tudo com uma clareza e facilidade que me assusta. A vida tem a puta de uma ironia. Passaram tantos anos, tantas pessoas, e a minha urgência de correr para o teu abraço mantém-se. E esta calma que sinto em saber que talvez passem muitos mais anos e pessoas, mas entre nós nada muda.