“just the beating of hearts, like two drums in the grey”

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Leio Austen desde que me lembro de saber ler em inglês. Foi um erro. Cresci emocionalmente devagar no que toca ao romance, sedimentei profundamente o que queria e as minhas expectativas. Construí a minha noção de amor em cima de algo irreal, pouco suportado. Acreditei que este tinha o poder de vencer tudo e de parar o tempo e espaço em nosso redor. Abominei a ideia de príncipe da Disney, mas acreditei num padrão de herói do romantismo inglês, perturbado mas com sense and sensibility, que depois de uma longa jornada atribulada veria em mim tudo o que sempre buscara. Questiono-me, hoje, se será tarde demais para desconstruir aquilo que fiel e morosamente coloquei dentro de mim como personalização do verdadeiro amor. Questiono-me se terá sido em vão. Se não verei nada senão desconsolo nesta inconsciente filosofia que moldei e me fez moldar-me. Mais do que nunca me apercebo que o meu futuro é sozinha. O meu mundo não é o dos outros.

Estou exausta. Nem para chorar me restam forças.