“just the beating of hearts, like two drums in the grey”
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Desafio 30 cartas: 6 # Carta para um estranho
terça-feira, 21 de junho de 2011 || 14:46
Querido estranho,
Gostava de te perguntar que tipo de estranho és. Sim, há pessoas estranhas porque não as conheço ou estranhos, porque, por mais tempo que tenha passado com eles, por mais “adoro-te”s que tenha ouvido das suas bocas, não me conhecem e fazem-me pensar que não os conheço.
Sabes, estranho, até eu própria me sou estranha. E é tão bom ser estranho! Ninguém espera nada de nós, porque não nos conhece. Ninguém diz algo que nos afecte, porque sabemos que não conhecem.
E, um dia, deixamos de ser estranhos. Passamos a ser alguém para os outros: conhecem-nos, falam de nós, analisam as nossas atitudes… E quando se apercebem de que não nos conhecem realmente, não nos querem conhecer melhor! Claro, é mais fácil voltarmos a ser estranhos!
Mas como é bom ser estranho! Dá-nos uma sensação de liberdade incondicional, não achas, estranho?
E até quando vamos ser estranhos, estranho?
Como podemos continuar a ser estranhos se te abri o coração e te conto tanto nesta carta? Ficamos por aqui, não concordas, estranho? Tu não queres ouvir mais, estranho, nem é tua obrigação fazê-lo, porque, afinal de contas, somos apenas estranhos! É como se eu escrevesse uma carta em vão e, no entanto, continuas a lê-la, estranho! Porquê?
Talvez porque eu ainda não parei de escrever. Mas eu vou parar, estranho, prometo que o faço.
E tu promete-me que me serás sempre um estranho, porque… é tão bom ser estranho.