“just the beating of hearts, like two drums in the grey”
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Desafio 30 cartas: 4 # Carta para os teus irmãos
terça-feira, 31 de maio de 2011 || 23:05
Queridos manos,
É impossível traduzir em palavras o que sinto por vocês. Não sei se é correcto afirmar que são o mais importante que tenho, mas é essa a verdade: vocês são tudo para mim, e considero imaginável a minha vida sem vocês.
Não tenho recordações minhas antes do vosso nascimento, apenas algumas imagens difusas e poeirentas... é estranho mas não mau, porque nessa altura não era suficientemente feliz.
E conviver com vocês não é fácil, assim como não é fácil conviver com alguém todos os dias… há sempre aquelas zangas, aqueles momentos em que não vos posso ver à frente, quando grito com vocês e digo coisas que não devia (mas vocês não ligam aos meus avisos e as brincadeiras dão para o torto! É nessa altura que vêm queixar-se “ó mana, tinhas razão!”, mas enfim, a mana só tem razão no fim do mal estar feito!). Tipo todas as vezes em que começam com a conversa de que sou a melhor irmã do mundo (ya ya, não têm outra!) e eu já sei que a frase “deixa-me ir ao Travian” se segue, e que, caso eu refute, pode vir ainda o famoso “passas a vida no computador! Nós nunca estamos tanto tempo!” (sim, tá bem, só estiveram a manhã inteira e a tarde de ontem, mas isso é TÃO pouco!).
Mas e as vezes em que ouvem os meus desabafos e tentam transformar os meus sérios problemas em coisas insignificantes? As vezes em que me chamam de tola por ligar demasiado a quem não devo? Os abraços, os beijinhos, o “boa-noite”, o “bom-dia” (ou “sai daqui! Deixa-me dormir, fogo!” quando acordam mal dispostos), as gargalhadas (quando se contam anedotas tipo “two bears”), as palhaçadas (que fazem o pai e a mãe ficarem espantados de tanta chochice)… E o amor que sinto por vocês e vocês por mim? Vale tudo. É maior do que qualquer outro que eu alguma vez senti, sinto ou serei capaz de sentir.
Daqui a um ano, não vou estar convosco todos os dias. Isso assusta-me. Quando era pequena não pensava nisso, a universidade parecia tão distante, quase irreal. Agora que penso que vou viver sozinha, que vou chegar a casa e senti-la vazia, sem as vossas correrias e tropelias, sem o pai e a mãe… assusta-me muito, sempre odiei a solidão. Crescer parece-me agora medonho, estou uma espécie de Peter-pan. “Isso é tolice!”, como dizia o meu irmão quando era pequeno.
Uma coisa é certa, haja o que houver, vocês serão SEMPRE e para sempre as pessoas mais importantes da minha vida e eu nunca, mas mesmo nunca, vos vou abandonar ♥