Tu me tues. Tu me fais du bien.

The writer
A girl lost in translation. Cinema lover, currently crushed on Godard. Worst temper than Mr. Darcy's. Too concerned with politics and philosophy for a medical student. Left wing. Name a western and I'll tell you the story. ♥

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“just the beating of hearts, like two drums in the grey”
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inv dan
terça-feira, 7 de dezembro de 2010 || 21:19

- DANIEL!
- Já vou, mãe. Já estou a levantar-me… - respondi em voz arrastada devido ao sono e tapei a cabeça com a almofada para me proteger da luminosidade que vinha da janela.
Senti um peso sobre os meus pés e uma coisa fofa tocou-me na cara.
- Até tu, seu traidor?! – murmurei a brincar para o meu gato que ronronava junto a mim, querendo acordar-me. – Deixa-me dormir mais um bocadinho, Nero.
Ele enroscou-se ao meu lado. Ainda é mais preguiçoso do que eu. Se eu soubesse, tinha-lhe chamado um nome mais adequado. Mas acabou por ficar Nero porque ele é todo preto, excepto a pata dianteira esquerda que é branca.
- Daniel! Queres chegar atrasado?! – gritou a minha mãe, da cozinha.
- Fogo! – resmunguei e levantei-me de repente, o que me provocou uma tontura.
Comecei à procura dos meus ténis… o quarto estava uma confusão teria de o arrumar quando chegasse da escola caso contrário ia haver sermão.
Agarrei uma t-shirt e umas calças de ganga e vesti-me à pressa. Peguei nos meus head-phones e na mochila e saí do quarto com a habitual sensação que me esquecia de alguma coisa, mesmo depois de ter verificado se tinha tudo o que precisava. O Nero deu um pulo da cama e seguiu-me.
- Já trazes isso ao pescoço?! – resmungou a minha mãe zangada referindo-se aos meus grandes head-phones.
- Acho que devem ter desenvolvido uma relação de simbiose comigo, - gozei, ainda com voz de sono – não me consigo separar deles… É incrível!
- Eu digo-te a simbiose!
Engoli o leite e os cereais e fui acabar de me arranjar. O meu pai já tinha saído para o trabalho.
- Daniel, leva um casaco… está a chover. – aconselhou a minha mãe.
- Não tenho frio. – disse enquanto lhe dava um beijo de despedida.
A minha mãe sempre foi assim, demasiado protectora. Talvez isso fosse uma característica comum a todas as mães… o meu pai não era tanto, mas mesmo assim também o era.
A minha casa fica perto da escola e eu costumo ir a pé até lá. Fui todo o caminho a cantarolar enquanto desejava que quando saísse da escola, mais tarde, não estivesse a chover para que eu pudesse ir dar uma volta de patins.

Invisível