The writer
A girl lost in translation. Cinema lover, currently crushed on Godard. Worst temper than Mr. Darcy's. Too concerned with politics and philosophy for a medical student. Left wing. Name a western and I'll tell you the story. ♥

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São tudo, elas ._.

Eu estou MESMO a divertir-me com isto :P

Eu ando a divertir-me muito com isto :b

Live your illusions!

Se há coisa de que eu não gosto mesmo é daqueles M.A., BFF, A.G., etc… acho que é apenas show off.
Eu tenho montes de melhores amigos, aliás, quase todos os meus amigos são melhores amigos. Eu gosto de todos eles, não há nenhum menos importante do que o outro… porque não lhes hei-de chamar a todos melhores amigos? Só a ideia de querer comparar uns com os outros e concluir Tu és mais do que este. me dá arrepios.
A verdade é que há pessoas de quem gosto tanto que nem sei como os catalogar nesta coisa da amizade.
Um dessas pessoas é a Ni. Conheço há apenas 4 anos, mas parece que a conheço desde sempre. Lá no fundo, bem no fundo, nós somos muito parecidas… reagimos da mesma maneira, pensamos da mesma maneira. Ela é muito tímida e sossegada, mas comigo mostra como é realmente: uma rapariga divertida, querida e doce. A Ni é muito teimosa, às vezes ainda pior do que eu. E ninguém a atura quando começa com as paranóias. Mas é uma pessoa espectacular! É sincera e verdadeira. Está sempre aqui. Sempre que eu preciso… ela não precisa de dizer nada, basta um olhar para me confortar. Ela faz-me rir até não poder mais com as histórias dela, quando faz expressões e tons de voz a gozar. Eu nunca me tinha chateado com ela, até este ano… e já nos chateámos algumas vezes, porque eu sou bruta e má e ela é paranóica e eu passo-me e corre mal…
Mas ela sabe que eu a adoro e que sou tão egoísta que preciso dela aqui, para SEMPRE!

♥ Daniela Filipa Silvestre Jorge

INVISÍVEL (cap. 1 - parte 1)

Raiva. Era tudo o que eu conseguia sentir naquele momento. Estava tudo errado e eu parecia ser a única a notá-lo.
Avancei lentamente debaixo da chuva fina que caía, tentando aumentar a distância entre mim e o largo portão verde que me esperava.
Eu tentava controlar-me, tentava colocar a minha face inexpressiva para que ninguém entendesse como eu me sentia… Uma ideia surgiu na minha mente. E se eu…? Ninguém ia saber… porque não usar os meus trunfos? Lembrei-me da minha promessa: não podia fazer aquilo.
A minha raiva aumentou ainda mais: seria por me estarem a privar daquilo a que eu tinha direito ou por me ter apercebido que os meus esforços tinham sido em vão, uma vez que estava a passar pelo portão verde?
Se era isto que me esperava… Mas eu não ia tornar as coisas fáceis, sorri levemente com o meu pensamento, nunca dissera que o faria.
“Cumprir o prometido… não posso voltar atrás com a minha palavra.”, lembrei-me de novo. Se não fosse o meu orgulho, eu não continuaria com toda esta farsa! Eu prometi que ia aguentar um ano! Um ano, apenas! E agora eles tinham quebrado a sua promessa, obrigando-me a ficar nesta escola. Será que ninguém via o que eu sofria aqui?! Ninguém reparava o quanto eu odiava isto? Eu não me enquadrava aqui… eu não queria ficar aqui e os outros miúdos não pareciam importar-se que eu desaparecesse deste cenário.
Esta escola dividia-se em dois grupos: o primeiro era constituído por toda a gente, excepto os dois elementos do segundo grupo, e era o grupo das PESSOAS QUE NÃO GOSTAVAM DE MIM ou SIMPLESMENTE ME DESPREZAVAM (não que eu gostasse deles ou lhes desse alguma importância), o outro grupo (PESSOAS QUE GOSTAVAM DE MIM) era composto por mim e pelo Daniel.
Para dizer a verdade, existia uma razão que me prendia a este lugar: o Daniel. Ele era a única pessoa com quem eu falava, o meu único e melhor amigo. Quando eu cheguei aqui, no ano passado, não tinha intenções de fazer amizades com esta gente (muito pelo contrário). No entanto, o Daniel era uma excepção… era diferente.
O Daniel é o melhor amigo que alguém pode ter: é extremamente querido, divertido e leal. Tem cabelo preto e desalinhado, é moreno e musculado (embora seja magro). Consegue estar sempre calmo e sorridente, o que eu admiro profundamente pois facilmente me enfureço. Em suma: o Daniel é um doce de miúdo e eu não entendo porque sou a sua única amiga.
Enquanto eu pensava no Daniel, a minha raiva começou a desvanecer. O pátio da escola estava cheio de gente, mas consegui atravessá-lo rapidamente. Para minha sorte a zona dos cacifos estava deserta (desta maneira eu não teria de suportar os olhares curiosos ou de desprezo dos outros alunos). Estava a arrumar algumas coisas no meu cacifo quando ouvi alguém, alguns passos atrás de mim, resmungar:
- Maldita chuva!
- Daniel! – gritei, ao mesmo tempo que saltava para o abraçar.
O Daniel agarrou-me num abraço forte e apertado contra ele. Eu já não me lembrava como ele costumava estar tão quente, nem um dia frio como o de hoje provocava alteração na temperatura dele. Os últimos vestígios da minha raiva desapareceram.
- Daniel… estás a esmagar-me. – disse eu, a minha voz abafada no meio do abraço dele.
- Oh… desculpa! – exclamou sorrindo, e acrescentou em tom desaprovador – Misa, estás toda molhada!
- Não me apeteceu trazer chapéu-de-chuva. – murmurei, olhando para cima (esqueci-me de referir que o Daniel é mais alto do que eu).
Ele ainda olhou de relance para o carapuço do meu casaco. Fiz uma careta. Não precisei de lhe dizer que também não me tinha apetecido usar o carapuço. Ele não insistiu… sabia bem o quanto eu sou teimosa.
- Tu és terrível! – exclamou.
Finalmente estava ao pé do meu melhor amigo. A raiva e a revolta que tinha sentido há alguns minutos pareciam ter sido um pesadelo que agora estava bem longe.
A campainha tocou, ecoando por todo o pavilhão.
- Já me estava a esquecer que estávamos aqui. – suspirei. A raiva tentava reaparecer mas o calor do abraço do Daniel anulava-a incessantemente.
- Um dia vais ter de me explicar a razão da tua aversão a isto. – murmurou ele, puxando-me para a sala de aula.
Isso era exactamente o que eu nunca poderia fazer e a minha razão era simples: eu gostava demasiado dele, ele era demasiado importante, para o envolver nos meus problemas.

INVISIBLE (chapter 1 - part 1)

Anger. It was all I could feel at that moment. Everything was wrong and I seemed to be the only one to notice it.
I walked slowly under the rain that fell, trying to increase the distance between me and the large green gate that waited for me.
I tried to control myself, tried to put my face expressionless for no one could understand how I was feeling ... An idea popped into my mind. And if I ...? No one would know ... why not use my strengths? I remembered my promise: I could not do that.
My anger increased even more: it would be for me to be deprived of what I was right or I realized that my efforts were in vain as I realized I was passing through the green gate?
"I would not make things easy", I smiled lightly with my thoughts, "I never said I would."
"Keep the promise ... I can not go back on my word." I remembered again. If it wasn't my pride, I would not continue with all this farce! I promised I would stand a year! One year only! And now they had broken their promise, forcing me to stay in this school. Didn't anyone see what I suffer at this place! No one noticed how much I hated it? I do not fit here ... I did not want to stay here and the other kids did not seem to care that I disappear from this scenario.
This school was divided into two groups: the first consisted of everyone except the two in the second group, and was the group of people that don't like me (not that I like them or give them some importance), the other group was me and Daniel.
In fact, there is a reason that holds me in this place: Daniel. He is the only person with whom I speak, my only and best friend. When I came here last year, I had no intentions of making friends with these people (quite the contrary). However, Daniel was an exception ... it was different.
Daniel is the best friend anyone could have: he is extremely dear, funny and loyal. He has black scruffy hair, he's dark-skinned and muscular (although thin). He's always calm and smiling, which I deeply admire because I get angry easily.
As I thought about Daniel, my anger began to fade. The school patio was full of people, but I got through it quickly. Lucky for me, the area of the lockers was empty (this way I would not have to endure the curious stares of contempt of other students). I was tidying up some things in my locker when I heard someone, a few steps behind me, muttering:
"Damned rain!"
"Daniel!", I yelled at the same time leaping to embrace him.
Daniel grabbed me in a bear hug and pressed me against him. I could not remember how he used to be so hot, even in a cold day like today his temperature wouldn't change. The last vestiges of my anger disappeared.
"Daniel ... you are crushing me.", I said, my voice muffled in the middle of his embrace.
"Oh ... sorry!", he exclaimed, smiling, and added in a disapproving tone "Misa, you're all wet!"
"I didn't bring umbrella.", I murmured, looking up (I forgot to mention that Daniel is taller than me).
He even glanced at the hood of my coat.
I made a face. I did not have to tell him that I had not craved use the hood. He didn't insiste ... he knows how stubborn I am.
"You are terrible!", he exclaimed.
I was flooded by a wave of happiness... finally I stood by my best friend. The anger I had felt a few minutes ago seemed to have been a nightmare that was now far away.
The bell rang, echoing throughout the building.
"I forgot we were here.", I sighed. Anger was trying to reappear but the warmth of Daniel's embrace annulled it incessantly.
"One day you'll have to explain me the reason for your aversion to it.", he whispered, pulling me to the classroom.
That was exactly what I could never do and my reason was simple: I liked him too much, he was too important to get involved in my problems.